por Pedro Lopes
Ver as plantas a crescer, plantas de horta, tomateiros, pimenteiros, alfaces, tomate cereja, rabanetes, alho francês, beringelas, curgetes, melão, abóbora e milho. Entretanto, o sucesso já nos levou às plantas aromáticas e a calibres maiores como sejam os marmeleiros e as romãzeiras. Este é um acontecimento que tem vindo a concretizar-se na nossa escola.
Já iniciamos também a construção de uma “barraca” para guardarmos as alfaias agrícolas e demais utensílios de que temos necessidade.
Por detrás desta actividade esconde-se a vontade de levar esta escola, pelo menos, para onde estava há uns anos atrás, a melhor escola profissional do país e uma referência para todas as escolas profissionais.
Como é que uma horta o pode fazer?!!! Não pode, mas, ajuda! Vejamos como. De onde vem a maioria dos candidatos que vêm para a nossa escola? Pois vêem em primeiro lugar através das conversas que os pais dos nossos alunos têm como outros pais, e, em segundo lugar vêm por parte das conversas que os nossos próprios alunos têm com os seus amigos.
Torna-se assim simples de perceber que é aos nossos alunos que temos que chegar. Alunos satisfeitos resultam em pais satisfeitos. Pais e filhos satisfeitos são a melhor publicidade que podemos desejar.
Com esta primeira actividade extra-curricular tivemos um grupo de alunos que trocaram a televisão e os jogos de computador, alguns dias de férias, feriados, pontes, e, algumas manhãs e tardes livres, por uma actividade onde têm: exercício físico e que aprender técnicas que vão desde a compostagem à recolha dos legumes, passando pelo tratamento e preparação de solos, semeadura, transplante, rega, controle de pragas, etc.
De entre os momentos mais marcantes desta actividade temos por ex. o facto de um dos participantes neste projecto, num dia de férias, ter trazido um amigo para nos ajudar dizendo que esse amigo estava a pensar em vir cá para a escola no próximo ano lectivo.
Outro momento foi uma excursão a uma quinta de agricultura biológica na qual podemos apreciar melhor todo o ciclo que é necessário percorrer, para que os produtos cheguem sem químicos aos nossos pratos. E confirmámos que chegam pois aceitámos o convite para o almoço com produtos da quinta e de outras quintas biológicas e só não expomos o bem que nos soube para não encher os caros leitores de inveja… e garanto-vos que seria muita!!! Desculpem… não resisti!
Pub. Se não resisti a encher-vos de inveja, também posso compensar-vos, com a informação que envio em anexo, o cabaz, correspondente a esta semana, que a quinta biológica que visitámos entrega em casa dos seus clientes. Na Praça do Príncipe Real, aos Sábados de manhã, também existe um mercado só de agricultura biológica.
Em resumo, entrelaçar o lazer a sociabilização e a aprendizagem foi um objectivo conseguido, e, com o incentivo do sucesso obtido até agora, continuará certamente a ser alcançado. Mais sugestões têm surgido através dos nossos colegas em áreas tão diferentes como: Desportivas (Badmington, Natação, Ténis, Voleibol, Judo, Vela, Hipismo, Karaté, Futebol, Bsketbol, Tiro com arco), Informática (Multimédia, Programação, tratamento digital de imagem), Línguas (Espanhol, Inglês, Francês), Música (Viola, Coro), Artes (Pintura, Escultura, Teatro), Construção (pranchas de surf, half-pipe para skates e bicicletas, Aquários, Estufas, Kits de modelismo, Pista para carros telecomandados), e ainda, Observação de aves, sem contar com todas aquelas ideias que ainda não saíram das nossas cabeças.
Que mais queremos? Só começar porque será benéfico para todos nós pois alunos satisfeitos também resultam, apesar dos pesares, em professores satisfeitos.
Não se pode deixar de agradecer à Direcção da Escola nas pessoa da Exma. Sra. Eng. Ana Isabel Bandeira e do Prof. Pedro Rebelo pelo apoio dado e em relação ao PedroNuno Manuel pela bibliografia e oportunos conselhos, aos funcionários Ana Filipa, Dra. Isabel, Ricardo Bastos e Deolinda Alves pelo contributo financeiro através da aquisição de quadros da exposição realizada para o efeito, ao Dr. Pedro Campos pela paciência e silêncio ao ver o seu gabinete a ser transformado em armazém, ao professor pelo contributo financeiro e por ter facultado o espaço do seu gabinete para ser usado como estufa, ao Sr. Teixeira pelo auxílio especializado, a todos os alunos que têm colaborado pontualmente mesmo não pertencendo ao grupo, à Junção do Bem e à Fundação pelas necessárias autorizações e finalmente ao apoio de todos os professores e funcionários da escola pelas suas palavras de alento à actividade.
